Iniciativas no Brasil e exterior ajudam leigos a compreender melhor o que estão consumindo
Você sabe o quanto de açúcar tem em uma barra de cereais ou em um cereal matinal? Quantas laranjas têm em um litro de suco industrializado ou quantos morangos têm um frasco de iogurte de fruta? Foi para ensinar os consumidores que os rótulos dos alimentos podem conter armadilhas é que Francine Lima criou um canal no Youtube, chamado Do campo à mesa , em que posta vídeos para esclarecer várias dessas questões.
Jornalista por formação e entusiasta da alimentação saudável, Francine sempre esteve ligada ao mundo da alimentação saudável.
“Sempre pesquisei sobre isso e até meu trabalho de conclusão de curso (TCC) da graduação foi nessa linha. Pesquisei os hábitos alimentares desleixados dos estudantes universitários”, conta a jornalista que, no intuito de se aprofundar ainda mais no tema, hoje faz mestrado em nutrição na Faculdade de Saúde Pública na Universidade de São Paulo (USP).
O objetivo de Francine é contribuir para que as pessoas levem uma vida mais saudável, mostrando como a indústria alimentícia pode enganar os consumidores e o que cada um pode fazer para ficar mais atento.
“Olhar rótulos no supermercado é um esporte para mim”, conta ela, explicando que costuma fazer os vídeos com alimentos que ela tem hábito de consumir.
Veja um dos vídeos do canal Do Campo à Mesa:
Francine diz que as informações passadas no rótulo dos alimentos industrializados não são suficientes para que as pessoas entendam direito o que estão consumindo. “É uma falha na legislação. As informações não estão claras para o consumidor comum”.
Outro exemplo que segue a mesma linha da alerta saudável é o blog Fechando o Zíper , que Francine é fã confessa.
O Fechando o Zíper foi fundado por duas nutricionistas e um cientista da computação. Gustavo Grehs é quem viabiliza a plataforma para que Carolina Silva e Samantha Peixoto analisem os rótulos dos alimentos. As sugestões são enviadas pelos leitores.
O impulso inicial aconteceu a partir de uma ideia de unir a tecnologia com a nutrição. Os fundadores pretendiam criar uma plataforma de consulta específica para profissionais da nutrição. O plano, no entanto, mudou e o blog nasceu depois da indignação contra um comercial de maionese. “A propaganda pregava que o creme era tão saudável – ou até melhor – do que o azeite, ignorando toda a parte ruim contida ali”, conta Grehs.
O blog foi, pouco a pouco, ganhando um público interessado em entender o que consumia e descobrir qual alimento é o menos pior para o consumo.
No exterior, o chef britânico Jamie Oliver é um dos mais famosos que lutam contra a obesidade e procura conscientizar a população de que muitas doenças são decorrentes da má alimentação.
Oliver defende que as pessoas devem optar por alimentos frescos ao invés dos industrializados, por não conter conservantes e outras substâncias nocivas que são adicionadas aos alimentos – e muitas vezes aprovadas pelos órgãos de vigilância alimentar – mas que, a longo prazo, pode causar graves danos à saúde. Cozinhar em casa é a melhor alternativa, e Oliver pretende capacitar crianças e adolescentes para entender mais sobre comida.
Blogs internacionais com receitas saudáveis não faltam. O Eating Bird Food , por exemplo, prega que a comida saudável não precisa ser sem graça. Quem dá as dicas é Brittany Mullins, uma piscitariana (pessoas que não comem nenhum outro tipo de carne, somente peixe) que passa receitas práticas e diferentes para variar no dia a dia, sem descuidar da qualidade nutricional.
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